DECRETO N9 2

DECRETO N. 14.864 – DE 9 DE JUNHO DE 1921

Approva o Regulamento para o Emprego dos meios de transmissão pelas tropas de todas as armas

O Presidente da Republica dos Estados Unidos do Brasil, usando da atttribuição que lhe confere o art. 48, n. 1 da Constituição, resolve approvar o Regulamento para o Emprego dos meios de transmissão pelas tropas de todas as armas, que com este baixa, assignado pelo Dr. João Pandiá Calogeras, Ministro de Estado da Guerra.

Rio de Janeiro, 9 de junho de 1921, 100º da Independencia e 33º da Republica.

EPITACIO PESSÔA.

João Pandiá Calogeras.

TITULO I

A ligação

CONSIDERAÇÕES GERAES

1. «As ligações teem por fim coordenar os esforços, assegurando a «continuidade das relações entre as diversas autoridades (Commando, Serviços) que participam da mesma operação.

«Assumem importancia crescente com a complexidade dos meios empregados na guerra.

«As ligações consistem:

«– Para e commando: em seguir a minuciosa execução das ordens, utilizando sobretudo agentes de ligação fidedignos, em manter os subordinados constantemente ao par das modificações sobreviventes na situação geral e das informações recebidas capazes de influir no seu procedimento inteirando-se de suas necessidades.

________________

(1) Os paragraphos entre aspas são extrahidos do Regulamento para a Direcção das Grandes Unidades.

 

«– Para os escalões subordinados: em dar conta de suas operações, necessidades e informações recebidas á autoridade superior e em eventualmente, provocar ordens.

«– Para todo Commandante de unidade: em tomar contacto com as unidades vizinhas, para manter com ellas estreita cooperação, auxilial-as, ou pedir-lhes concurso.

«– Para cada arma: em trabalhar intimamente unida as outras.

«– Para todo chefe de serviço: em ir ao encontro dos pedidos dos combatentes e dos outros serviços, afim de garantir, com a maxima rapidez, o esforço commum, correspondente ás ordens e intrucções do Commando.

« A ligação é funcção, em primeiro logar:

«– Da instrucção e educação militares da tropa, dos estados-maiores e dos chefes de todos os postos. O conhecimento profundo das disposições regulamentares, a comprehensão perfeita das ordens do commando e de suas intenções, a disciplina intellecutal, constituem os melhores meios de assegurar a unidade de vistas e de acção;

«– Da execução das ordens, traductores da vontade do commando, e de que resulta a convergencia do commando, e de que resulta a convergencia de todos os esforços para o objectivo fixado por ella;

«– Das disposições de ordem tactica tomadas para estabelecer a continuidade de acção entre unidades vizinhas (destacamentos de ligação, etc.);

«– Do cuidado com que o commando, em todos os escalões, é informado sobre a situação de suas tropas, das vizinhas, do inimigo, estando por consequencia habilitado a tomar decisões correspondentes á situação;

«– Da rapidez com que são transmittidas as ordens e informações.

«As ligações materiaes estabelecem-se:

«Entre o commandante de uma unidade e seus subordinados immeditos;

«Entre os commandantes de unidades que operam em zonas de acção limitrophes.

«As primeiras permittem ao commando transmittir suas instrucções e ordens, completal-as, si tal for o caso, e receber, em retorno, os esclarecimentos, partes e relatorios que, precisando, pouco a pouco a situação, lhe proporcionam elementos para decisões ulteriores.

«As segundas manifestam-se por uma troca de informações que permitte ás unidades vizinhas combinarem seus esforços, para o exito commum e prestarem-se mutuo apoio.

«Nunca será de mais lembrar que é dever de todo commandante de unidade, em qualquer circumstancia, ligar-se aos subordinados com o maximo empenho e o mais cedo possivel, e que reciprocamente, todo subordinado deve estabelecer immediatamente ligação com seu superior directo.

«Em principio, o commandante de uma unidade fixa os logares de permanencia dos subordinados immediatos, no minimo a zona em que se devem achar, ou seu eixo de marcha

«Si a ordem nada disser de preciso sobre o assumpto, ou si o subordinado mudar de logar, cabe-lhe participar immediatamente seu ponto de estacionamento.

«Analogamente, todo commandante deve informar ás unidades vizinhas com exactidão onde póde ser encontrado, tambem é obrigado a lhes communicar todos os esclarecimentos uteis acerca da situação e da do inimigo.

«Em regra, o commandante de uma grande unidade emprega para estabelecer suas ligações, os recursos de que dispõe, evitando tomal-os ás unidades subordinadas.

«Obtem-se materialmente as ligações utilizando meios de transmissão de diversas especies. Nenhum é seguro de modo absoluto, as transmissões devem ser organizadas tendo em conta circumstancias aleatorias.

«É preciso, pois, empregar todos os meios disponiveis, organizando cada um como si devesse sozinho bastar ao serviço.

«Todos os chefes devem conhecer-lhes a importancia e o rendimento.

Velam pela organização e fiscalização do serviço de ligações, que depende especialmente dos Chefes de Estado-Maior.

«A fallencia dos meios mecanicos de transmissão, em qualquer circumstancia, jamais desculpará o chefe que tiver permanecido na ignorancia de modificações importantes sobrevindas na situação de sua unidade ou das vizinhas, e que não tenha feito sentir sua acção pessoal tomando as medidas necessarias.

«As ligações podem ser completadas, por meio dos officiaes de estado-maior enviados como agentes de ligação.

Proceder-se-há assim, sempre que o Commandante de uma grande unidade quizer informar-se continuamente e com exactidão da marcha dos acontecimentos.

«Este official póde pedir ou fornecer, em nome do chefe que representa, todas as informações ou explicações que julgar uteis.»

2. Para ser completa, a ligação deve pois se exercer:

1º, da frente para a retaguarda;

2º, da retaguarda para a frente;

3º, transversalmente entre unidades cooperando em uma mesma acção.

Ella utiliza:

a) meios de informação agentes de ligação, observação terrestre, observação aerea);

b) meios de transmissão:

Telephonia e Telegraphia;

Telegraphia sem fio (T. S. F.) e Telegraphia pelo sólo (T. P. S.);

Signalização optica e signalização pelo braço;

Signalização por painéis;

Signalização por artificios;

Agentes de transmissão;

Mensageiros, estafetas;

Aviões;

Pombo-correios (cães estafetas).

Como nada se improvisa e como a tropa só se servirá na batalha dos meios que uma pratica corrente lhe tiver tornado familiares, todos os processos regulamentares de transmissão devem ser obrigatoriamente empregados sempre que for possivel, mesmo que seja a titulo de experiencia.

Todos os meios de transmissão devem ser utilizados de maneira que, na falta de um qualquer delles, se possa recorrer immediatamente a um outro, sem interromper as ligações.

ATTRIBUIÇÕES DO CHEFE DE ESTADO-MAIOR

3. Nas grandes unidades, o chefe de estado-maior é responsavel pela organização e funccionamento das ligações.

A elle cabe:

– Mandar preparar o plano das ligações e transmissões e acompanhar sua execução;

– Verificar o rendimento dos diversos processos de transmissão;

– Velar para todos os elementos postos á disposição da sua unidade recebam, desde a chegada, as indicações que lhes são necessarias para o estabelecimento de suas ligações;

– Velar pela instrucção das unidades especialmente carregadas das transmissões e dos especialistas dos diversos corpos.

NO DAS LIGAÇÕES TRASMISSÕES E ORDEM RELATIVA ÁS LIGAÇÕES E TRASMISSÕES.

4. Todo plano de operações, offensivas de defensivas, deve compreender um plano das ligações e transmissões que é communicado aos executantes por uma ordem annexa á de operações ou constará de um paragrapho especial desta ultima ordem, conforme a importancia da unidade em questão e as circumstancias particulares da operação.

A ordem (2) relativa ás ligações e transmissões e estabelecida em cada escalão do commando.

Ella deve ser simples, concisa, só conter as prescripções necessarias ás unidades a que se destina e não repetir disposições das presentes instrucções.

Só deve comportar o emprego dos meios de transmissão regulamentares, por isso que os dispositivos novos, os codigos convencionaes adoptados ou modificados á ultima hora, podem ser mal applicados e occasionar erros.

5. O plano das ligações e transmissões, assim como a ordem, tratam especialmente dos seguintes pontos:

a) organização realizada, em construcção ou projectada, das differentes rêdes telegraphicas e telephonicas; modo de construcção das linhas, locação dos eixos de ligação, logar, datas e horas de funccionamento dos centros de informações e das centraes telephonicas;

b) caracteristicos technicos (indicativos de chamada, comprimentos de ondas, som das emissões dos differentes postos de T. S. F. e T. P. S) e quando necessario, horas de correspondencia designadas para cada posto;

c) organização das ligações opticas;

d) natureza dos codigos e chaves cryptographicas empregadas;

__________________

(2) Ou o item correspondente de ordem de operações.

 

e) codigo de ligações por atificios e por painéis;

f) organização da ligação por pombos correios;

g) caracteristicos dos aviões e balões destinados a missões de ligação, condições em que estes aviões podem operar;

h) indicativos que designarão os postos de commando assim como os differentes meios de transmissão (telephonio, T. S. F. e T. P. S., optica, pombos-correios) nelles usados.

i) tropas de ligação destacadas junto ás autoridades superiores, vizinhas ou subordinadas.

No escalão divisão, este paragrapho fixa a composição e o destino dos destacamentos de ligação da artilharia junto á infantaria (si isto já não tiver sido feito na parte da ordem geral relativa á acção da artilharia);

j) horas da correspondencia e das partes diarias.

Todas estas disposições poderão ser vantajosamente empregadas sob a fórma de quadros e croquis schematicos.

As disposições previstas nas ordens de ligações e transmissões não dispensam:

– o chefe, qualquer que seja o posto, de frequentemente se por em contacto com seus subordinados, procurando conhecer por si mesmo a situação de suas unidades;

– os chefes das unidades das differentes armas, que se devem auxiliar, de se entenderem directamente no terreno por meio de reconhecimentos feitos em commum.

TITULO II

Os differentes meios de transmissão

CAPITULO I

PESSOAL ENCARREGADO DAS TRANSMISSÕES

6. Na zona de frente, tal como é definida pelo Regulamento para o Serviço em Campanha, o serviço das transmissões electricas e opticas é assegurado:

– nas grandes unidades, pelo Serviço telegraphico de 1ª linha;

– nos corpos de tropa, pelo pessoal telephonista, radiotelegraphista e signaleiro dos corpos de tropa;

Nas zonas de etapas e da retaguarda, as ligações por telephonio e telegrapho são estabelecidas e asseguradas pelo Serviço telegraphico de 2ª linha (unidades de 2ª linha e pessoa da Repartição Geral dos Telegraphos).

GRUPO DE EXERCITOS

7. Orgão de direcção:

O Chefe do Serviço telegraphico dos Exercitos;

Um official telegraphista e um official radio-telegraphista, adjuntos.

Orgãos de execução:

1º, uma companhia de Telegraphistas;

2º, o Chefe do Serviço telegraphico dos Exercitos tem ás suas ordens no G. Q. G. um chefe do serviço telegraphico de 2ª linha (funccionario superior da Repartição Geral dos Telegraphos) que dispõe das unidades do serviço telegraphico de 2ª linha, compostas dos funccionarios da dita Repartição.

EXERCITO

8. Orgão de direcção:

– Um Chefe do Serviço telegraphico de exercito;

– Um official telegraphista e um official radio-telegraphista, adjuntos.

Orgãos de execução:

– Uma ou varias companhias de Telegraphistas de Exercito, abrangendo:

– Um destacamento de radio-telegraphistas;

– Um parque telegraphico de exercito.

– Eventualmente, elementos de reforço.

O serviço na zona de etapas é assegurado por secções telegraphicas de etapas (tropas de 2ª linha) ás ordens de um Chefe do serviço telegraphico de etapas, subordinado, sob o ponto de vista technico, ao chefe do serviço telegraphico do exercito.

DIVISÃO DE INFANTARIA

9. Orgão de direcção:

O commandante da companhia de transmissão da D. I.

Orgãos de execução:

– Uma companhia de transmissões divisionaria, comprehendendo:

– Tres secções de telegraphistas;

– Uma secção de radio-telegraphistas;

– Uma secção de estafetas e signaleiros.

Estes elementos asseguram as ligações necessarias aos estados-maiores da Divisão e das Brigadas de infantaria e artilharia.

DIVISÃO DE CAVALLARIA

10. Orgão de direcção:

O commandante do esquadrão de transmissões.

Orgãos de execução:

– Um esquadrão de transmissões de D. C., comprehendendo:

– Uma secção de telegraphistas;

– Uma secção de radio-telegraphistas;

– Um pelotão de estafetas e signaleiros.

UNIDADES DE INFANTARIA E CAVALLARIA

11. Orgãos de direcção:

Num regimento de infantaria ou de cavallaria: o official de informações encarregado das transmissões;

Num batalhão isolado: o ajudante, encarregado das transmissões.

Orgãos de execução:

– Telephonistas e Radio-telegraphistas;

– Signaleiros e colombophilos;

– Mensageiros e esclacedores montados (Infantaria).

AGRUPAMENTO E GRUO DE ARITLHARIA

12. Orgão de direcção:

O official telephonista para o que concerne o telephonico e a signalização optica.

O official de antenna para o que concerne á T. S. F. e á manobra dos painéis.

Orgãos de execução:

– Telephonistas;

– Radio-telegraphistas;

– Signaleiros;

ESQUADRILHAS

13. A cada esquadrilha divisionaria é incorporado um destacamento radio-aereo.

APROVISIONAMENTO EM GERAL

14. O aprovisionamento em material telegraphico, telephonico, radio-telephonico e optico é assegurado em todos os escalões pelo Chefe do serviço telegraphico do exercito por meio dos recurso do parque telegraphico do exercito.

Os painéis de qualquer especie são igualmente fornecidos pelo Serviço telegraphico.

Quanto aos artificios, são fornecidos pelo Serviço da artilharia.

FUNÇÕES DO CHEFE DO SERVIÇO TELEGRAPHICO

15. Em cada grande unidade, o chefe do serviço telegraphico está sob as ordens do Chefe de Estado-Maior. Elle faz parte da 3ª secção, bem como seus officiaes adjuntos.

Sob no ponto de vista technico, está subordinado ao chefe do serviço telegraphico do escalão superior.

Sua autoridade technica exerce-se particularmente sobre os seguintes pontos:

1º Instrucção das unidades de transmissão – Processos novos, etc.,

2º Aproveitamento em material technico;

3º Coordenação das rêdes e dos meios de transmissão das unidades subordinadas.

Os officiaes encarregados das transmissões nos corpos de tropa, os de antenna e os telephonistas estão sob a autoridade technica do Chefe do serviço telegraphico da grande unidade a que pertence seu corpo.

CAPITULO II

COMMUNICAÇÕES TELEPHONICAS E TELEGRAPHICAS NA ZONA DE FRENTE

16. As ligações telephonicas são objecto em cada exercito de uma organização de conjunto que constitue o que se chama a rêde telephonica geral do exercito.

Na rêde geral distinguem-se:

– a rêde do exercito propriamente dita;

– as rêdes das Divisões;

– as rêdes do corpos de tropa.

Esta distinção não exclue uma perfeita homogeneidade do conjunto, obtida pela continuidade de vista na concepção e execução que resulta da intima coordenação dos serviços telegraphicos e telephonicos dos differentes escalões (exercito, divisões, corpos de tropa).

RÊDE TELEPHONICA DE UMA GRANDE UNIDADE

17. A extensão que recebe a rêde telephonica de uma grande unidade isto é a importancia do conjunto de fios que a constitue e dos postos nella installados, é uncção do tempo e dos meios de que se dispõe para o seu estabelecimento.

Uma rêde é naturalmente muito mais completa em uma grande unidade que combate já há algum tempo em uma mesma zona que em outra cujas unidades se deslocam a cada momento.

De uma maneira geral uma rêde telephonica comprehende:

a) extensões mais ou menos densas de fios, aereos ou protegidos, segundo as circumstancias;

b) postos centraes installados nos pontos de cruzamentos de linhas, nos Quarteis Generaes e Postos de Commando das grandes unidades, assim como em pontos judiciosamente escolhidos nas proximidades de elementos que serão ligados á rêde;

c) linhas de assignantes, tão curtas quanto possivel, ligando as autoridades que dispõem de telephone aos postos centraes.

18. Construidas com fio nú sobre isoladores ou com fios isolados, as linhas das rêdes das grandes unidades offerecem a grandes distancias communicações mais seguras e mais duraveis que as de corpos de tropa que são estabelecidas com o material muito mais leve de que são dotadas essas unidades.

Todos os elementos de um Exercito que dispõem de telephonios, teem, pois, interesse em utilizar as rêdes do Exercito e das Divisões na medida do possivel. Elles teem a obrigação de ligar-se ao posto central mais vizinho, e só em certas circumstancias, a juizo do chefe do E. M. estabelecem linhas directas ou especiaes (excepção feita daquellas que entram normalmente nas rêdes dos corpos de tropa).

19. O traçado de uma rêde telephonica e a collacação de seus postos centraes devem ser escolhidos de maneira a proporcionar o minimo de trabalho na sua utilização.

Os postos centraes, funccionando com pessoal treinado, fornecem rapidamente as communicações, quer no sentido da profundidade (para frente ou retaguarda), quer no sentido lateral (para direita ou esquerda).

Esses postos estão organizados em condições de poder momentaneamente reunir certas linhas para realizar circuitos directos, conforme as urgencias do commando ou das communicações do tiro, e de attender a qualquer desarranjo que sobrevenha em uma das linhas, supprimindo-a por outros circuitos, de sorte a poder, sem demora, restabelecer as communicações interrompidas.

20. A rêde de Exercito liga-se:

– para a retaguarda a rêde explorada pelo serviço telegraphico da 2ª linha, na altura do Q. G. E., por intermedio dos postos de juncção;

– para a frente, ás rêdes das Divisões, pelos postos de Exercito designados pelo chefe do Estado-Maior do Exercito.

As rêdes das Divisões, estendem-se dos postos de Exercito aos postos centraes dos Regimento de Infantaria e Cavallaria e dos agrupamentos de Artilharia.

Ellas asseguram as ligações necessarias ao exercicio do commando (rêdes do commando).

Além dos postos centraes installados nos Quarteis Generaes e Postos de Commando, as rêdes comportam alguns outros secundarios que são utilizados por certos orgãos importantes (campos de atterragem, parques, depositos, hospitaes, acantonamentos, etc.)

21. Nos periodos de estabilização prolongada, em contact com o inimigo, as rêdes telephonicas, melhoradas, sem cessar, acabam por tomar um desenvolvimento consideravel, tanto pela extensão de suas linhas como pelo numero de circuitos por ellas formados. Há então interesse, para facilitar as communicações, em reservar alguns circuitos para as necessidades proprias de certos elementos importantes: artilharia, aviação, aerostação, defesa conta aviões, etc.

22. Especialmente para a artilharia póde haver necessidade de reservar um certo numero de circuitos formando uma rêde particular chamada rêde de tiro, que tem por objecto por em ligação as unidades de artilharia com os orgãos de observação terrestres ou aereos que lhe são necessarios, alliviando assim aquellas unidades da construcção, conservação e exploração de longas linhas.

A rêde de tiro é delimitada pelos postos centraes installados na vizinhança das posições das baterias, nas proximidades dos grupos, dos observatorios, das companhias de aerostação e nos campos de atterragem.

A estes postos centraes os elementos interessados veem-se ligar por um ou dous circuitos de utilização.

PLANO DAS RÊDES

23. O plano geral da rêde do Exercito constitue um dos paragraphos do plano das ligações e transmissões do Exercito. É preparado pelo chefe do serviço telegraphico do Exercito, orientado constantemente sobre a situação e as intenções do Commando, e approvado pelo Chefe do Estado-Maior. O plano geral da rêde do Exercito é notificado ás Divisões subordinadas que, no seu quadro e segundo suas necessidades proprias, estabelecem o plano detalhado da rêde cuja execução e exploração lhes são confiadas.

Em cada uma dellas, o plano é preparado pelo commandante da companhia das transmissões e mandando adoptar pelo Chefe do Estado-Maior.

CONSTRUCÇÃO DAS RÊDES

24. Os trabalhos de construcção e conservação das rêdes do Exercito e das Divisões são executados pelas companhias de telegraphistas de Exercito, companhias ou esquadrões de transmissões divisionarias, auxiliadas, eventualmente, por outras unidades postas á disposição do Exercito pelo general em chefe.

A execução é progressiva. Começa pelo estabelecimento de uma rêde summaria, de poucas linhas (de 1 a 4 circuitos conforme os recurso em pessoal e material) construida ao longo dos eixos de transmissão, e destinada a satisfazer as communicações mais urgentes. Ulteriormente e, si o Exercito estaciona, é proseguida empregando-se todos os meios disponiveis até permittir a especialização dos circuitos de que trata o numero 21.

Emquanto a rêde não tiver o desenvolvimento necessario, não haverá especialização em circuitos do commando, de tiro, da aviação, etc. Todas as communicações, classificadas conforme a urgencia de cada uma, são transmittidas pelos poucos circuitos existentes.

Compete ao commando, de accôrdo com a capacidade da rêde, regularizar as communicações, limitando-as e estabelecendo entre ellas uma prioridade.

EXPLORAÇÃO DAS RÊDES DAS GRANDES UNIDADES

25. Rêdes de Commando – As centraes das rêdes de Commando são exploradas pelo pessoal telegraphista das unidades que dellas se servem.

Todavia as centraes, que são installadas em pontos de juncção, das rêdes attribuidas á duas unidades distinctas, são exploradas em principio por telegraphistas das duas unidades; nesse caso o chefe da central deve pertencer á unidade superior.

As centraes de regimento de infantaria, ou de cavallaria e de agrupamento de artilharia são exploradas pelo pessoal telephonista dos corpos de tropa.

Rêde de tiro – Quando é estabelecida uma rêde especial de tiro, as centraes desta rêde (se forem distinctas da rêde de exercito) ou os apparelhos reservados á rêde de tiro (se as centraes são communs ás duas rêdes) são explorados pela companhia de Telegraphistas do Exercito. compete ao commando, mediante proposta do chefe do Serviço telegraphico, destacar, se for preciso, para as centraes a cargo das formações telegraphicas, telephonistas auxiliares tirados das unidades que dellas se servem.

26. Em cada unidade, é o chefe de estado-maior quem, mediante proposta do chefe do serviço telegraphico; determina as unidades, orgãos, estados-maiores ou serviços que se podem servir do telephone.

27. Um schema do conjunto das rêdes, indicando a posição exacta das diversas centraes e dos principaes elementos que dellas se servem, é estabelecido e posto em dia em cada Exercito ou Divisão, pelo Serviço telegraphico.

Estes schemas são distribuidos a todos os elementos interessados; um exemplar de cada um destes documentos é enviado immediatamente a toda nova unidade incorporada ao Exercito ou Divisão.

LIGAÇÃO DAS RÊDES DE EXERCITOS

28. Compete ao Chefe do Serviço Telegraphico dos exercitos assegurar a ligação entre as rêdes dos exercitos, de modo a impedir que qualquer modificação na composição ou agrupamento dos exercitos venha occasionar modificações importantes na constituição das rêdes estabelecidas.

RÊDES DOS CORPOS DE TROPA

29. As rêdes dos corpos de tropa são prolongamentos das rêdes do Commando, com as quaes teem muitos pontos de contacto (centraes dos postos de commando de regimento, de agrupamento, etc.).

São construidas, conservadas e exploradas pelos telephonistas dos corpos de tropa e comprehendem:

1º A rêde dos corpos de infantaria, assegurando:

– as ligações dos postos de commando de regimento com as unidades subordinadas, até ao batalhão;

– as ligações das unidades de infantaria (regimentos, batalhões) com a artilharia encarregada de as apoiar;

– outras ligações necessarias (ligações dos observatorios, ligações lateraes, etc.).

2º A rêde dos agrupamentos de artilharia, assegurando:

– as ligações dos agrupamentos com os elementos subordinados (sub-agrupamentos, grupos, baterias, observatorios particulares, etc.):

– as ligações da artilharia com as unidades de infantaria (regimento, batalhões) que ella é encarregada de apoiar (3).

3º As rêdes das companhias de acroslação, as rêdes interiores dos orgãos proprios á defesa contra aviões e as do serviço de informações da artilharia, estabelecidas de accôrdo com as necessidades destes diversos elementos e desde que a situação permitta.

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(3) Quando se dispõe de tempo e material necessario para organizar uma dupla ligação. Caso isso não se dê, a ligação artilharia-infantaria é assegurada unicamente pela linha da infantaria ligada á rêde de agrupamento.

 

EMPREGO DO TELEPHONIO

30. O telephonio é utilizado, era para transmissões verbaes, ora para transmissão de mensagens ecriptas.

As verbas são dadas pelos postos centraes na ordem em que são solicitadas; só se faz excepção para as communicações pedidas com a menção «prioridade» pelas autoridades que a isto teem direito, as quaes são sempre dadas immediatamente, interrompendo-se, si for necessario, outras que estejam em andamento.

A prioridade das communicações é regulada pelo commando.

Em regra as communicações telephonicas importantes ou delicadas se fazem de official para official, sob a fórma de telephonema escripto em que deverá ser cotejada.

O emprego do telephonema, escripto deve ser a regra geral.

Uma ordem do Chefe do E. M. fixa «os direitos de prioridades». (Regulamento para o serviço de E. M. em campanha).

Os telephonemas entregues nos postos são transmittidos de accôrdo com as regras do serviço da telegraphia militar. Ao chefe do posto compete escolher, sob sua responsabilidade, o modo de transmissão que mais convenha (telegrapho ou telephonio).

31. O telephonio tem forçosamente, como qualquer outro meio de communicação, um rendimento limitado.

Emquanto este limite não fôr excedido, o teleghonio é um excellente processo de transmissão.

Ao contrario, seu rendimento decresce rapidamente, quando se lhe pede mais do que póde dar.

Para evitar o congrestionamento dos circuitos telephonicos, o commando tem um recurso efficaz, que é limitar o numero dos que delles se servem.

Demais, as autoridades que se utilizam do telephonio devem se obrigar:

1º, a nunca tratarem de assumptos estranhos ao serviço;

2º, a imporem a si e aos outros o emprego do telephonema de preferencia ás communicações verbaes: isso tem a vantagem de obrigar o official a ser breve e preciso e ficar com uma cópia do que disse;

3º, a só empregarem as communicações por telephonio mesmo sob a fórma de telephonema, nos casos de necessidade.

O chefe que se utiliza immoderadamente do telephonio é levado fatalmente a consideral-o como um meio extremamente commodo, que o dispensa de redigir ordens escriptas completas e perfeitamente claras.

O abuso do telephonio é um signal de imprevidencia.

32. Importa tomar as maiores precauções e dar rigorosas ordens para que as communicações telephonicas não sejam surprehendidas pelo inimigo.

Para isto é preciso, conforme o permittirem as circumstancias:

1º, estabelecer todas as linhas com fio duplo;

2º, cuidar muito do isolamento da linha, evitando o contacto com a terra, e fixar os cabos em polias da madeira, de preferencia aos grampos metallicos;

(Um circuito que tem contactos com a terra é tão perigoso quanto uma linha de um só fio).

3º, retirar toda a linha inutil ou fóra de uso;

4º, evitar longos circuitos da extrema frente para a retaguarda, que se prestam mui facilmente á surpresa das communicações;

5º, em terreno conquistado, procurar e retirar as linhas enterradas pelo inimigo.

Quaesquer que sejam, porém, as precauções tomadas na construcção das linhas, as communicações podem ser surprehendidas: na frente por postos especiaes de escuta do inimigo; na retaguarda por pessoas indiscretas.

Por consequencia, é preciso:

a) reduzir ao indispensavel e numero dos telephonemas contendo informações cujo conhecimento possa ser util ao inimigo (movimentos de tropa, numeros das unidades, operações projectadas, perdas, etc.);

b) cifrar sempre os telephonemas contendo taes informações, empregando um qualquer dos processos regulamentares de cryptographia.

A responsabilidade de cifrar o telephonema é da autoridade que o expede.

LIGAÇÕES TELEGRAPHICAS

33. As ligações telegraphicas, reservadas em principio ás grandes unidades, nunca são empregadas abaixo do escalão divisão.

Estas ligações são obtidas pela installação de fios telegraphicos ou pela apropriação dos circuitos telephonicos.

O emprego do telegrapho apresenta grandes garantias de discreção e celeridade e descongestiona as rêdes telephonicas.

CAPITULO III

COMMUNICAÇÃO RADIO-ELECTRICAS

(Telegraphia sem fio e telegraphia pelo solo):

I – TELEGRAPHIA SEM FIO

34. A telegraphia sem fio é empregada:

1º, entre postos situados na terra, como recurso quando as ligações telephonicas veem a falta (ligações radio-terrestres);

2º, entre os aviões e a terra; eventualmente entre a terra e os aviões e entre aviões (ligações radio-aereas);

3º, para a transmissão simultanea, a diversos postos receptores, de informações meteorologicas, dados balisticos, hora, etc.

Um só posto emissor permitte irradiar instantaneamente, até aos regimentos e grupos, mensagens cuja transmissão pelo telephonio seria longa e penosa.

Ligações radio-terrestres

35. Os postos que asseguram as ligações radio-terrestres são agrupados em rêdes, de quatro a cinco postos em média, adaptados á organização das unidades que elles servem.

Para cada rêde é estabelecido um comprimento de onda de trabalho:

a) A rêde do grupo de exercitos liga este grupo aos exercitos e os exercitos entre si.

Alcance do material: cerca de 150 kilometros.

b) No Exercito, uma rêde de exercito assegura as ligações:

– Exercito – Divisão de infantaria e de cavallaria;

– Divisão – Divisões vizinhas.

Alcance do material: cerca de 150 kilometros.

c) Na Divisão de infantaria, uma rêde de Divisão de infantaria assegura as ligações:

– Divisão – Brigadas;

– Divisão – Centro avançado de informações;

– Divisão – Campo de aterragem da divisão;

– Divisão – Carros de assalto, eventualmente;

– Divisão – Avião de commando, eventualmente;

– Brigada – Brigadas vizinhas e centro avançado de informações.

Alcance do material: cerca de 30 kilometros.

 

Vol. 04 Ano 1921 Pág. 151 (Figura 1).

 

d) Na Divisão de cavallaria uma rêde liga:

– A divisão ás brigadas e ao campo de aterragem da divisão;

– As brigadas entre si.

Alcance do material: cerca de 30 kilometros.

e) Na Brigada de infantaria, uma rêde de Brigada ou rêde de frente, assegura as ligações:

– Brigadas – Regimentos;

– Regimento – Regimentos vizinhos;

– Regimento – Artilharia de apoio directo (ligaçãoo sómente unilateral, do regimento para a artilharia).

Material: Postos portateis de 8 kilometros de alcance, mais ou menos.

 

Vol. 04 Ano 1921 Pág. 152 (Figura 2).

 

f) Na Brigada de cavalharia, uma rêde assegura as ligações:

Brigada – Regimentos;

Regimento – Regimentos vizinhos.

Alcance do material: cerca de oito kilometros.

g) Na Brigada de artilharia uma rêde de artilharia assegura as ligações:

Brigada – Regimentos (ou agrupamentos);

Regimentos (da agrupamentos) – Grupos.

(Ligação sómente unilateral do regimento para o grupo).

Material: Postos portateis de 8 kilometros de alcance, mais ou menos.

Ligações radio-aereas

36. As ligações radio-aereas estabelecem-se entre os postos emissores installados nos aviões e os postos receptores installados na terra (nos grupos de artilharia e unidades, superiores ao grupo, nos regimentos, brigadas e divisões de infantaria ou de cavallaria).

Ellas permittem que os aviões façam chegar a destino suas observações sobre a regulação de tiro e as informações sobre a situação das tropas amigas e inimigas.

37. Estas ligações são, em geral, possiveis unicamente em um sentido – dos aviões para terra.

As communicações dirigidas da terra para os aviões fazem-se por meio de painéis de signalização, de projectores, ás vezes da telegraphia sem fio, quando os aviões, aos quaes ellas são destinadas, são munidos de um apparelho receptor.

38. Certos aviões de caça e de bombardeio chamados a operar agrupados, podem ser munidos de apparelhos especiaes, permittindo que se correspondam durante o vôo.

Plano de emprego da T. S. F.

39. O funccionamento simultaneo de um grande numero de postos de T. S. F., em uma região limitada, necessita uma organização rigorosa destinada a manter a ordem nas diversas rêdes e a evitar a confusão nos despachos.

A emissão de um posto de telegraphia sem fio é caracterizada:

1º, pela natureza das ondas emittidas (ondas amortecidas ou ondas continuas);

2º, pelo comprimento da onda;

3º, pelo som proprio da emissão (para as ondas amortecidas);

4º, pelo indicativo de chamada (grupo de letras ou de algarismos).

A repartição destes caracteristicos entre as diversas rêdes e os differentes postos é feita pelo plano de emprego da T. S. F. preparado em cada escalão (exercito, divisão) pelo chefe do serviço telegraphico. Ella figura no plano ou ordens das ligações e transmissões.

A repartição de base dos comprimentos de onda e das séries de indicativos entre os exercitos é feita pelo chefe do serviço telegraphico nos exercitos. E' modificada todas as vezes que as mudanças sobrevindas na ordem de batalha o exigem.

Os indicativos da T. S. F. e T. P. S., devem ser mudados mui seguidamente (diariamente para certos postos), afim de que elles não possam fornecer ao inimigo informações sobre a ordem de batalha.

Nos periodos de movimento intensivo, principalmente na perseguição, póde haver interesse em que, na divisão, o chefe do E. M. tome a si a organização do systema dos postos de T. S. F., utilizando, quando necessario, os dos R. I., particularmente dos não empenhados na acção.

Constitue-se então sobre o eixo de transmissão da divisão uma cadeia de postos, escalonados a distancia conveniente e grupados dous a dous, de tal modo, que, quando um avance, o outro continue a assegurar as transmisseõs durante o movimento. O ultimo posto de cadeia só se desloca quando é alcançado pela linha telephonica.

Official de antenna

40. Em principio, um official chamado official de antenna é designado para cada posto importante do T. S. F.. e especialmente para os postos receptores das brigadas, regimentos, agrupamentos e grupos de artilharia.

Na Divisão, as funcções de official de antenna são desempenhadas pelo Official radio-telegraphista; na Brigada por um official do E. M. da Brigada; no Regimento de infantaria ou de cavallaria pelo Official encarregado das transmissões.

As attribuições do Official de antenna são:

– velar pela installação de conjunto do posto;

– fiscalizar a expedição e recepção das mensagens;

– decifrar as mensagens recebidas, completal-as ou interpretal-as, quando necessario;

– assegurar-lhes a transmissão rapida ás autoridades interessadas;

– fiscalizar a manobra dos painéis de correspondencia com os aviões;

– registrar todas as indicações uteis que o posto venha a receber.

II – TELEGRAPHIA PELO SÓLO

41. A T. P. S. é o processo de transmissão electrica que menos soffre com os bombardeios. Ella é empregada na extrema frente, normalmente para assegurar a ligação reciproca entre os postos de commando do Regimento de infantaria e os postos de commando dos Batalhões subordinados.

Os Centros avançados de informações de divisão podem ser igualmente munidos de apparelhos de T. P. S.

Póde-se ainda recorrer á T. P. S. para ligar com a retaguarda certos observatorios de artilharia particularmente expostos.

Rêdes de T. P. S.

42. Num regimento de infantaria os postos de T. P. S. constituem uma rêde que assegura as ligações:

Regimento – Batalhões;

Batalhão – Batalhões vizinhos.

 

Vol. 04 Ano 1921 Pág. 154 (Figura 3)

 

Plano de emprego da T. P. S.

43. O funccionamento da T. P. S. é regulado por um plano de emprego que faz parte do plano ou ordem das ligações e transmissões.

Este plano de emprego fixa para cada rêde um som de emissão particular e para cada posto um indicativo de chamada e; quando necessaario, a orientação da base.

Se as circumstancias militares exigirem o emprego simultaneo de um grande numero de postos numa zona estreita, póde tornar-se necessario fixar-lhes periodos de trabalho escalonados no tempo.

III – SEGREDO DAS COMMUNICAÇÕES RADIOELECTRICAS

44. O inimigo podendo interceptar facilmente as communicações radio-electricas, se deverá tomar, para assegurar-lhes o segredo, as mais rigorosas disposições.

Todas as mensagens transmittidas pela telegraphia sem fio ou telegraphia pelo solo devem ser cifradas.

Conforme as circumstancias, ellas são: ou formadas de signaes extrahidos dos codigos de signaes convencionaes, ou cifradas por fim dos processos em vigor (Vide annexos VII e VIII dados a titulo de exemplo).

O despacho cifrado augmenta de facto sensivelmente o rendimento destes processos de ligação, por serem as phrases ou expressões mais correntes representadas por alguns signaes muito curtos.

CAPITULO IV

SIGNALIZAÇÃO OPTICA E SIGNALIZAÇÂO A BRAÇO

45. Depois da telegraphia sem fio e da telegraphia pelo solo, a signalização optica constitue um recurso commodo para as ligações da frente (a partir dos postos de commando de Divisão).

Postos opticos são installados, em principio, nas proximidades dos Postos de commando de Divisão, Brigada, Regimento, Batalhão e mesmo Companhia de infantaria; de Divisão, Brigada, Regimento e Esquadrão de cavallaria; de Regi-(Agrupamento), Grupo e Bateria de artilharia; nas proximidades dos Centros avançados de informações de divisão e dos observatorios.

Estes postos se correspondem entre si nas condicões fixadas pelos planos das ligações estabelecidos nos diversos escalões.

46. Quando o terreno a isso se prestar, é vantajoso installar em cada Divisão, sobre o eixo das transmissões, um ou diversos postos centraes opticos que recebam normalmente as mensagens de certos postos designados e eventualmente as dos postos que venham a perder seus correspondentes.

Estes postos centraes, que grupam dois ou tres apparelhos, devem ser installados em condições materiaes tão satisfatorias quanto possivel.

47. Devido ás distancias ou á configuração do terreno, é algumas vezes necessario installar postos intermediarios.

Elles são ligados, se possivel, por telephonio á rêde geral.

E’ preciso evitar que sejam em grande numero para não diminuir o rendimento da rêde optica.

EMPREGO DA SIGNALIZAÇÃO OPTICA

48. A signalização optica é empregada para transmittir curtas mensagens (em linguagem corrente ou cifrada) e indicações convencionaes (Vide annexo VIII).

As mensagens são expedidas na ordem em que são entregues no posto optico.

Exceptuam-se as mensagens trazendo a menção prioridade que são sempre transmittidas immediatamente interrompendo-se, quando preciso, as outras transmissões.

49. O alcance do material varia conforme as condições atmosphericas: de dia de 4 a 7 kilometros, de noite de 10 a 15 kilometros.

Embora a chuva, o nevoeiro, a fumaça, os obstaculos naturaes, tornem ás vezes as communicações opticas difficeis, sinão impossiveis, a signalização optica dá, mesmo servida por um pessoal pouco treinado, uma ligação excellente e rapida, tanto na defensiva como na offensiva.

50. É’ vantajoso que os locaes escolhidos para os postos opticos permittam as communicações, não só da frente para a retaguarda, mas ainda, quando possivel, da retaguarda para a frente, sem que o inimigo possa se apoderar dos telegrammas ou conhecer onde se acham os postos.

Uma ligação só garantida quando reciproca, isto é, si ella permitte o posto receptor accusar as communicações e respondel-as.

Si de um posto da retaguarda não é possivel signalizar para a frente, é preciso pelo menos poder transmittir da retaguarda para a frente, por meio de artificios, as indicações: «entendido» ou repetir».

51. Na defensiva as ordens relativas ás transmissões indicam quaes as communicações opticas que devem ser organizadas para dobrar as linhas telephonicas importantes.

Na offensiva estas ordens fixam tão exactamente quanto possivel os locaes provaveis dos diversos postos de modo que os que se correspondem possam se encontrae facilmente.

SIGNALIZAÇÃO A BRAÇO

52. Os signaes a braço (signaes convencionaes ou de proferencia signaes Morse) podem ser uteis em numerosos casos. Elles fazem-se empregando sómente os braços ou mais geralmente por meio de bandeirolas ou quaesquer outros objectos. Si se empregados signaes Morse, um braço na horizontal corresponde ao ponto, os dous braços horizontaes correspondem ao traço.

INDICATIVOS DE CHAMADA DOS POSTOS OPTICOS E DOS POSTOS DE SIGNALIZAÇÃO A BRAÇO

53. Como os postos de T. S. S. e de T. P. S., todo posto optico ou de signalização a braço recebe um indicativo de chamada fixado pelo plano das ligações e transmissões. Não é, porém, necessario mudal-o frequentemente.

Quando um posto de commando se utiliza de diversos meios de transmissão, o mesmo indicativo designa os differentes postos telephonicos, optico, etc., que nelle estão installados, com excepção do posto de T. S. F. ou T. P. S. ao qual é dado um indicativo especial que póde ser mudado diariamente.

SEGREDO DAS COMMUNICAÇÕES

Sempre que o inimigo puder surprehender as communicações, só se deve empregar o codigo de signaes convencionaes com muitas precauções, e fazer o possivel para só transmittir mensagens cifradas.

CAPITULO V

SIGNALIZAÇÃO POR PAINEIS

55. Os painéis são empregados para fazer signaes da terra para os aviões.

Todo posto de commando de divisão, brigada, regimento e batalhão de infantaria; de divisão, brigada e regimento de cavallaria; de brigada, regimento, agrupamento e grupo de artilharia é munido de um painel de identificação e de painéis de signalização.

Os homens de tropa de infantaria conduzem painéis de demarcação.

56. Os painéis de identificação são estendidos nas proximidades dos postos de commando para indicar os logares destes aos aviões.

Elles teem uma fórma caracteristica (quadrada, circular, semi-circular, triangular) conforme a natureza do posto de commando que assignalam.

Além destas fórmas, faixas ou quadrados negros, collocados sobre o fundo branco do painel, permittem distinguir uns dos outros os postos de commando da mesma natureza (vide annexo IV).

57. Os painéis de signalização, estendidos ao lado dos painéis de identificação segundo figuras convencionadas, servem para transmittir os signaes aos aviões (vide annexo VIII).

São formados de faixas de panno branco rectangulares de dous metros por 0m,60 para a infantaria e de quatro metros por um metro para a artilharia.

Os postos de commando de unidades de infantaria e cavallaria, inferiores á divisão, possuem dous; os postos de commando das Divisões e da Artilharia, tres.

58. Os painéis de demarcação, estendidos no sólo por solicitação do avião de infantaria ou por iniciativa da Infantaria, indicam ao observador no avião, os locaes attingidos pela primeira linha.

São painéis de oleado, brancos em uma face e de cor neutra na outra, tendo como dimensões 0m,50 por0m, 40.

59. Os painéis regulamentares de signalização, bem como os signaes a fazer por meio dos painéis pela infantaria e pela artilharia são dados em annexo ao presente regulamento (annexos IV e VIII).

CAPITULO VI

SIGNALIZAÇÃO POR ARTIFICIOS

60. O emprego dos artificios permite a transmissão de um pequeno numero de signaes convencionaes e a demarcação de uma posição.

Um Codigo de signaes por artificios não póde, sem inconvenientes, servir indefinidamente.

Compete, pois, a cada exercito regular o emprego dos artificios é modificar, quando preciso, as disposições adoptadas.

Os signaes, que o codigo deve comprehender, serão escolhidos dentre os do quadro de signaes convencionaes do annexo VIII.

Excepcionalmente, póde-se a elle accrescentar, para uma operação, um ou dous signaes supplementares (annexo V).

Os artificios para signaes podem ser utilizados:

– pelos aviões (Vide codigo annexo VII);

– pelas tropas (Vide codigo annexo VIII).

Em principio o codigo de signaes a empregar pelas tropas prevê Os signaes correspondentes ás seguintes informações

1º Estou aqui (signal feito pelos commandantes dos pelotões ou das companhias do primeiro escalão e partindo do local em que se acham os elementos avançados);

2º Peço o tiro da artilharia (barragem defensiva) (signal feito pelos commandantes de companhia ou commandantes de batalhão de primeiro escalão;

3º A artilharia antiga atira muito curto (atira sobre nós) (signal feito igualmente, pelos commandantes de companhias do primeiro escalão ou commandantes de batalhão);

4º Vamos avançar – alongae progressivamente o tiro da artilharia (signal feito pelos commandantes de batalhão de primeiro escalão);

E’ preciso vêr que estes signaes, que representam os pedidos ou informações fundamentaes que a infantaria póde ter que fazer ou enviar, são os basicos, cujo emprego é sempre previsto em todos os Exercitos.

O que póde variar de um Exercito par outro, e mesmo em um Exercito durante as operações, não é o principio mesmo destes signaes, mas o modo de executal-os por meio de diversos artificios.

61. Os artificios para signaes podem ser: foguetes, cartuchos atirados por fuzil munido de V. B. ou cartuchos de pistola signalizadora.

São empregados na infantaria e cavallaria em todos escalões do commando desde a divisão até a companhia e esquadrão (4).

Os aviões, especialmente os de infantaria, teem igualmente que empregar os artificios quando tiverem de se corresponder com elementos que não possuam a T. S. F. (annexo VII).

__________________

(4) O pelotão emprega-os no caso do aviso: «estou aqui».

 

Para evitar qualquer erro ou abuso no emprego dos artificios para signaes, as precauções seguintes são indispensaveis:

– escolher fogos bem distinctos uns dos outros, basear sua significação antes na forma do que na cor, destinar os fogos mais caracteristicos e mais visiveis aos signaes mais importantes;

– fazer com que os codigos sejam conhecidos com muita antecedencia pelas unidades que se incorporem ao Exercito e pelas unidades interessadas dos Exercitos vizinhos;

– designar em cada sector, conforme a situação, a autoridade (commandante de batalhão, capitão, commandante de pelotão) que compete fazer signaes, sem o que se estará sujeito a alarmes inuteis e desperdicio de munição;

– prever postos intermediarios para a repetição dos signaes quando as condições locaes (fórma do terreno, distancia, etc.) o exigirem; e certificar-se que estes postos intermediarios foram bem reconhecidos pelas unidades interessadas da artilharia e que ellas sabem a que unidades da frente corresponde cada um delles;

– organizar cuidadosamente na artilharia o serviço de vigilancia dos signaes.

62. Os artificios de demarcação são em geral fogos de bengala que, bem como os painéis servem para a infantaria delimitar a linha que occupa.

Como acontece com artificios para signaes, o modo de emprego dos de demarcação não pode ser  sempre o mesmo.

E’ preciso variar os processos por meio de fogos de côres differentes ou por agrupamentos de fogos.

63. Póde-se ainda incluir na signalização por artificios o processo que consiste em dar signal de uma operação por meio de um tiro caracteristico de artilharia, executado sobre um ponto ou em uma altura de arrebentamento fixada antecipadamente.

O plano da acção ou a ordem de operações deve indicar claramente a especie de tiro que será executada, o ponto sobre o qual elle será dirigido, o lapso de tempo que separará o começo ou fim do signal do inicio da operação.

CAPITULO VII

AGENTES DE TRANSMISSÃO

64. O Commandante da Divisão dispõe de estafetas fornecido pela Companhia de Transmissões Divisionaria. Si houver necessidade, uma fracção do Esquadrão Divisionario poderá ser empregada nesse serviço.

Por outro lado, há nos corpos de tropa um certo numero de agentes de transmissão cujas funcções são definidas pelo regulamentos de exercicios de cada arma.

Na infantaria, os esclarecedores montados podem ser vantajosamente empregados para este fim, para o que devem ser convenientemente exercitados.

65. Além deste pessoal, é designado em cada unidade de infantaria, quando o desenrolar do combate torna necessario, um certo numero de mensageiros sufficiente para assegurar as ligações na zona de combate, por meio de cadeias de mensageiros, no interior da unidade e com a unidade superior.

A cadeira de mensageiros é formada por postos de mensageiros (dous ou tres), abrigados e distanciados de 150  a 300 metros conforme as circumstancias.

Está sob as ordens de um commandante, que póde ser auxiliado por alguns graduados distribuidos pelos postos, si a extensão da cadeia o exigir.

66. E’ vantajoso que os postos telephonicos intermediarios, quando houver, sejam tambem postos intermediarios de mensageiros. Estes podem assim contribuir para reparar as linhas e, além disso, si um trecho da linha é interrompido, póde-se ganhar tempo entregando aos mensageiros a mensagem para ser telephonada pelo posto seguinte que estiver em communicação com o destinatario.

Si se empregar esta combinação dos mensageiros e do telephonio, a mensagem escripta não deve deixar de continuar a seu destino, pois que servirá para confirmar o telephonema.

67. Para diminuir a circulação dos mensageiros póde-se empregar eventualmente projectis especiaes denominados porta-mensagens.

O documento a enviar é introduzido na porta–mensagem e este atirado por fuzil apropriado (v. B.).

Uma composição fumigena, que se inflamma mais ou menos no meio da trajectoria do projectil e continua a arder mesmo depois da queda, permitte acompanhar com a vista o porta mensagem e encontral-o facilmente.

CAPITULO VIII

LIGAÇÕES POR AVIÕES

68. Os observadores me avião teem frequentemente que desempenhar missões de ligação, ora levando uma ordem ou outro qualquer documento de uma autoridade para outra, ora servindo de intermediarios entre a infantaria e o commando.

69. A transmissão rapida dos documentos é confiada a aviões-estafetas.

O emprego delles é vantajoso em caso de urgencia e com tempo favoravel, em distancias relativamente curtas, por causa da incerteza que as mudanças possiveis nas condições atmosphericas trazem ás ligações longinquas.

No caso especial em que os caminhos são máos ou atravancados, a ligação entre as grandes unidades será vantajosamente realizada por meio de aviões transportando officiaes de E. M.

70. As missões de ligações entre a infantaria e o commando são asseguradas por aviões de infantaria (em geral um por divisão).

Recorre-se a elles em todo periodo de operações activas.

A funcção do avião de infantaria consiste em:

a) acompanhar a marcha das tropas de assalto e das reservas;

b) observar os signaes feitos pela infantaria (tropa e postos de commando, para transmittil-os em seguida ao commandante da divisão;

c) transmittir eventualmente á infantaria as ordens do commandante da divisão.

71. O avião de infantaria é munido de signaes distinctivos (ilegível), signaes luminosos, etc.) e se faz reconhecer além disso por um signal sonoro e um cartucho – indicativos.

Estes caracteristicos e signaes de reconhecimento são fixados pelo plano ou ordem das ligações e transmissões.

Devem ser perfeitamente familiares a todos os homens das unidades para as quaes o avião trabalha.

Para evitar que o apparecimento dos aviões de infantaria constitua para o inimigo um indicio certo de um ataque proximo, e para habituar os interessados a reconhecel-os, é indispensavel que façam frequentes vôos por cima das linhas durante os dias que precedem ao ataque. Fóra destes periodos, devem sahir de vez em quando a titulo de exercicio de ligação com a infantaria. O avião de infantaria evolue sobre os elementos avançados a uma altura que não deve exceder de 1.200 metros.

Póde ser levado, em certos casos, a voar por cima das linhas a mui fraca altitude, mas só deve descer abaixo de 600 metros em caso de necessidade. Sua equipagem deve ter  a preoccupação constante de auxiliar a infantaria, observando exactamente suas posições, suas necessidades e fazendo chegar rapidamente estas informações ao commando e á artilharia.

72. O avião de infantaria communica-se com a infantaria e o commando por um dos processos de correspondencia indicados no capitulo X.

CAPITULO IX

(Pombos-correios – Cães estafetas)

I – POMBOS – CORREIOS

73. O principio da ligação por pombos-correios basea-se na faculdade que tem certa raça de pombos de voltar ao pombal.

Os pombos, levados para um ponto qualquer e soltos de dia, voltam ao pombal de origem conduzindo a mensagem que lhes foi confiada.

Esta ligação é continuada a partir do pombal por uma ligação telephonica, tanto quanto possivel directa, e por agentes de transmissão entre o pombal e o commando.

74. Os pombos-correios utilizados para as ligações são retirados de pombaes fixos e moveis, postos á disposição dos exercitos.

Os pombaes fixos pertencem, em principio, ao exercito que occupa o territorio onde elles se acham.

Os pombaes moveis são repartidos pelo general commandante em chefe entre os exercitos, de accôrdo com suas necessidades.

A repartição deve ser feita de tal modo que carda divisão tenha, em principio, seu pombal.

 

75. Os pombos correios são empregados para assegurar ligações:

1º, entre os elementos avançados e o commando;

2º, entre os officiaes de ligação e a autoridade que os destacou;

3º, entre os diversos elementos de cavallaria.

Em quaesquer casos, as mensagens conduzidas pelos pombos ao pombal são transmittidas pelos meios mais rapidos aos destinatarios.

76. Em principio cada posto de commando de regimento eu de batalhão deve ser dotado de um posto completo de pombos correios.

Um posto comprehende normalmente quatro pombos.

O internamento das aves não deve exceder de dous dias e tres noites.

A substituição dos pombos não utilizados é obrigatoriamente feita, depois de dous dias de internamento, pelo pombal da divisão.

Os postos podem destacar pequenos postos comprehendendo dous ou quatro pombos, mettidos em uma ou duas gaiolas, para qualquer unidade encarregada de missão especial ou cujas communicações estejam ameaçadas.

Os reconhecimentos de cavallaria, conforme a importancia, devem ser dotados de um certo numero de gaiolas de dous pombos.

Caracteres da ligação por pombos – correios

77. Uma ligação por pombos correios funcciona mui regularmente. Póde-se dizer que das aves soltas 97% voltam ao, pombal.

A rapidez da ligação varia com a qualidade dos pombos, as condições atmosphericas e as disposições adoptadas para ligar os pombaes aos destinatarios interessados.

Com tempo claro, a velocidade média de vôo dos pombos é de 1.000 a 1.200 metros por minuto. A cerração e a chuva embaraçam muito o pombo, perturbam sua orientação, diminuem sua velocidade e reduzem a distancia que elle póde percorrer. Comtudo, com uma chuva fina e uma ligeira cerração, que constituem difficuldades, elle vencerá uma distancia de 20 kilometros em média, com uma velocidade util de 500 a 600 metros por minuto.

Forma das mensagens

78. As communicações enviadas por pombos correios são escriptas em papel vegetal.

Cadernetas especiaes, de despachos e de croquis – mensagens, servem para esse fim.

 

As mensagens são dobradas e collocadas em um tubo de aluminio chamado porta-despacho, que o pombo conduz no pé.

Os pombos podem tambem ser munidos de um porta-mensagem que permitte a transmissão de croquis e relatorios de maiores dimensões.

79. Comquanto o numero de pombos extraviados seja muito pequeno, é de toda conveniencia cifrar as mensagens que possam ser aproveitadas pelo inimigo.

II – CÃES - ESTAFETAS

80. O cão, mais rapido e menos vulneravel do que o homem, póde, em muitas circumstancias, substituir o estafeta.

Seu emprego como estafeta, exige uma aprendizagem cuidadosa e um treinamento constante.

A aprendizagem do cão para o serviço de ligação consiste na applicação e desenvolvimento do instincto caracteristico deste animal: a fidelidade e o apêgo a seu dono. E’ indispensavel que os cães estafetas sejam sempre tratados pelos mesmos homens e que o official e as praças se convençam que prejudicarão o trabalho do cão se o chamarem, o acariciarem ou lhe derem comida.

O cão que devo assegurar uma ligação é levado preso por um estranho e amarrado a uma certa distancia, nas immediações do posto de commando interessado.

No momento de utilizar o cão, um homem qualquer lhe prende á colleira a caixa metallica contendo o despacho, solta-o e fal-o seguir na direcção desejada, indicando – a com a mão.

O cão parte logo e vae ter com o dono collocado perto do posto destinatario.

A ligação nos dous sentidos só se póde obter com certos cães especiaes e sómente depois de uma longa aprendizagem.

Convém todavia não esquecer que o cão supporta difficilmente o barulho das explosões dos projectis e que por este motivo o seu emprego fica muito limitado.

CAPITULO X

MEIOS DE CORRESPONDENCIA ENTRE OS AVIÕES EM VÔO E A TERRA

81. Uma communicação nos dous sentidos entre os aviões e a terra é necessaria para a execução das missões de tiro e de ligação.

Os processos empregados são:

a) Para a communicação do avião com a terra:

– a telegraphia sem fio;

– os artificios;

– as mensagens lastradas.

b) Para a communicação da terra com o avião:

– os painéis;

– os artificios;

– a T. S. F. (se o avião for munido de um apparelho receptor).

COMMUNICAÇÕES DO AVIÃO COM A TERRA

82. A T. S. F. tem a vantagem de assegurar a irradiação rapida das informações e permitte aproveitar immediatamente os acontecimentos momentaneos.

E’ o processo de communicação essencial utilizado para as missões de tiro e de ligação. Cada avião recebe caracteristicos de emissão determinados (som, comprimento de onda) e fax uso do indicativo do posto receptor a que se dirige, excepto se elle for o avião de infantaria que possue uma indicativo proprio de que faz preceder todas as suas emissões.

Observando no emprego da T. S. F. uma disciplina rigorosa, póde-se obter por Kilometro de frente uma densidade de cinco aviões trabalhando simultaneamente.

As communicações por T. S. F. são feitas utilizando um dos codigos dados no annexo VII.

Excepcionalmente, as indicações não susceptiveis de serem aproveitadas pelo inimigo, podem em regior ser emittidas em linguagem ordinaria:

83. Os artificios, atirados do avião por meio de pistola, são empregados para fazer alguns signaes simples á infantaria (postos de commando e tropa) e em certos casos a artilharia; de um modo geral, aos elementos que não dispõem da T. S. F., e cuja situação não permitte o emprego de mensagens lastradas ..

Geralmente, com os artificios, não é possivel ao avião precisar o elemento com o qual elle quem se corresponder.

Os signaes feitos por este processos são, pois, dirigidos a todos os elementos que fazem parte da divisão para a qual o avião trabalha.

84. As mensagens lastradas servem para transmittir ao commando e ás tropas. Teem a vantagem de permittir a remessa de informações precisas, completas e assignadas, e de croquis.

As indicações referentes a posições de infantaria ou á localização de objectivos são fornecidas sob a fórma de fragmentos de cartas annotadas ou de croquis.

A mensagem que se tem de lançar é mettida em um estojo munido de uma bandeirola. O avião desce a fraca altitude (menos de 300 metros), chama a attenção do destinatario por alguns tiros de metralhadoras deixa cahir a mensagem, tanto quanto possivel; em terreno descoberto.

85. Para que os signaes feitos pelos aviões ou as mensagens lançadas por elles não se exponham a passar pesapercebidos, no caso em que o ruido da batalha impeça de ser ouvida a chamada por salva de metralhadora, um serviço de vigilancia permanente deve ser mantido pelos officiaes de antenna ou pelos officiaes encarregados das transmissões aos differentes postos de commando, desde que estes já se achem localizados.

Este serviço de vigilancia é assegurado nos batalhões e nas companhias pelos observadores.

COMMUNICAÇÕES DE TERRA PARA OS AVIÕES

86. Os painéis constituem a processo normal de communicação entre a terra e os aviões em vôo.

Os postos de commando fazem-se reconhecer pelos aviões por meio de seus painéis de identificação.

Estes painéis devem conservar-se estendidos (tanto os de infantaria e cavallaria como de artilharia) até que as posições de todos os postos de commando sejam bem conhecidas pelos aviões da unidade. Devem, portanto, em periodo de movimento ficar permanentemente estendidos.

Todavia, quando os aviões inimigos estão á vista, os painéis devem ser escolhidos para não revelarem as posições dos P. C.

Os painéis de signalização permittem aos postos de commando fazer a um avião um certo numero de signaes simples (annexo VIII).

Elles só são retirados quando o avião faz saber que comprehendeu o signal.

87. Os painéis de demarcação e os fogos de bengala são empregados pelas tropas de ataque para fazer conhecer ao avião de infantaria as posições attingidas.

A demarcação póde ser executada:

– em uma hora antecipadamente fixada;

– sobre uma linha convencionada: por exemplo, o objectivo final ou um dos objectivos successivos;

– por ordem do commando transmittida pelo avião por meio do cartucho-signal: onde estaes? depois de ter sido chamada a attenção da infantaria por um signal sonoro (disparos de metralhadora);

– por iniciativa dos commandantes de companhias ou commandantes de secção desde que suas unidades não possam mais avançar ou quando, depois de terem sido obrigados a retirar, conseguirem firmar-se no terreno.

Em principio n demarcação é feita por painéis.

Si o observador não vê os painéis ou si os vê mal, pede uma nova demarcação que é então effectuada com o auxilio dos fogos de bengala.

Além disso, neste caso, os commandantes de companhia e os commandantes de pelotão devem assignalar seus logares por meio de cartuchos lançados por pistola.

Para demarcar uma posição, todos os portadores do painéis abrem e fecham alternativamente seu apparelho, tendo o cuidado de dispôl-o de frente para o avião e de pôr para cima a face cuja côr se destaque melhor no terreno onde estiver.

E' preferivel expôr muitos painéis durante um tempo relativamente curto do que um numero menor durante maior tempo; a linha traça-se assim por si mesma de modo mais rapido e claro e este processo evita os enganos causados pelos painéis esquecidos.

Para diminuir as probabilidades que tem o inimigo de ficar conhecida a linha, o observador em avião deve esforçar-se para reduzir ao minimo o tempo que lhe é preciso para conhecer a demarcação. Os painéis são retirados desde que o avião tenha feito o signal entendido, e, de qualquer modo, no fim de 10 minutos.

Os fogos de bengala fornecem um modo de demarcação mais seguro do que os painéis.

Importa, comtudo, furtal-os quanto possivel ás vistas inimigas, mascarando-os, aproveitando-se para isso uma escavação de obuz ou outro qualquer esconderijo, tendo-se o cuidado de que sejam bem visiveis para os observadores amigos.

Afim de evitar confusão, não é permittido estender painéis de demarcação ou accender fogos de bengala fóra da posição attingida.

Esta prohibição applica-se tanto ás patrulhas enviadas para a frente como ás unidades que estão á retaguarda da linha.

Além disso, para que os signaes se distingam nitidamente dos que o inimigo poderia fazer para perturbar a observação, é util convencionar que os painéis ou as bengalas serão collocados por grupos de dous, de tres, etc.

88. Na falta de painéis de demarcação e de bengalas, a infantaria emprega todos os meios de que dispõe para indicar sua posição: cartuchos-signaes de pistola ou fuzil munido de V. B. (5), projectores emittindo uma serie de linhas ou pontos alternados, lenços agitados, etc.

89. Quando o avião é munido de um receptor, a T.S.F. permitte dirigir–lhe signaes a grandes distancias.

Infelizmente, o receptor installado em um- avião é de emprego delicado.

O embaraço que ele traz aos movimentos do observador torna mui difficil seu emprego em missões effectuadas em condições penosas e arriscadas. Actualmente não se póde contar ainda com seu emprego generalizado que só é dado a titulo de indicação.

Os signaes enviados pelos viões pelo T. S. F. são extrahidos dos codigos de signaes convencionaes do annexo VIII.

CAPITULO XI

ORGANIZAÇÃO DAS TRANSMISSÕES NA OFFENSIVA

90. Na offensiva, quando os deslocamentos são frequentes e de certa envergadura, a organização das transmissões não póde ser realizada de modo satisfactorio (principalmente quanto ao telephone), sinão concentrando a actividade do pessoal e os meios materiaes em um pequeno numero de itinerarios orientados segundo a direcção geral em que se progride.

EIXOS DE TRANSMISSÃO

91. O plano e as ordens de transmissões do Exercito determinam para cada divisão um itinerario particular que toma o nome de eixo de transmissão. Este eixo de transmissão é em geral construido pela marcha progressiva da columna principal ou pelo eixo de deslocamento do posto de commando do general de divisão. Tem sua origem em posto central telephonico importante fixado pelo plano das transmissões do Exercito e o seu traçado é dado por um certo numero de centraes telephonicas ás quaes os diversos postos de commando das unidades subordinadas vêm se ligar.

_________________

(5) Signal: „estou aqui“ (art. 60).

 

92, Os logares e horas de funccionamento das centraes telephonicas successivas, e o modo de construcção dos circuitos que as devem ligar, são fixados de accôrdo com as previsões dos planos, pelas ordens de ligações e transmissões da divisão.

Os telegraphistas da companhia divisionaria de transmissões, marchando com os elementos da testa da columna principal ou mui perto das tropas já empenhadas na luta, tem por missão estender o fio telephonico sobre o eixo de transmissão e de nelle installar as centraes successivas ás quaes virão se ligar as brigadas, os corpos de infantaria e os agrupamentos de artilharia, que marcham para fóra do eixo.

A retarguarda dos postos de commando de divisão, a companhia de telegraphistas do Exercito, utiliza os circuitos telephonicos installados sobre os eixos de transmissão; melhora-os; completa-os, liga-os, por communicações transversaes, de accôrdo com as indicações contidas no plano das ligações e transmissões do Exercito.

CENTRO AVANÇADO DE INFORMAÇÕS DE DIVISÃO

93. Nas proximidades de um dos postos centraes estabelecidos sobre o eixo de transmissão e o mais para a frente possivel, funcciona o centro avançado de informações da divisão.

Assim se denomina um orgão incumbido de recolher e transmittir o mais rapidamente possivel ao general commandante da divisão e a todos os destinatarios interessados, as informações sobre a marcha do combate, e, eventualmente, transmittir para a frente as ordens e informações vindas da retaguarda.

O centro avançado de informações é dotado de todos os meios de transmissão: telephone, T. S. F., T. P. S., signalização optica, pombos-correios, painéis, artificios, mensageiros.

E’ dirigido por um official de estado-maior»

O centro de informações é tanto quanto possivel installado na proximidade immediata do posto central optico da divisão e de um observatorio de commando»

Quando esta condição não 6 realizavel, deve poder communicar-se directamente com elles por telephonio. Seu logar é indicado por um lettreiro illuminado á noite.

94. A’ proporção que a tropa avança, o general commandante da divisão desloca seu posto de commando sobre o eixo de transmissão.

Elle tem vantagem de estabelecel-o, junto de um centro de informações onde encontra reunidos, promptos para funccionarem, todos os meios de transmissão necessarios.

Para manter a continuidade das ligações, o posto de commando da divisão e o centro avançado de informações nunca devem se deslocar simultaneamente.

Pela mesma razão, um centro de informações só é abandonado quando o seguinte está em estado de poder funccionar.

95. Um official de aeronautica é destacado para cada estado-maior de divisão como agente de ligação. Elle reconhece, quanto possivel, na proximidade do posto de commando, um campo auxiliar de aterragem de accesso facil.

O Commando destaca para este campo o pessoal necessario e faz organizar as ligações entre o campo e o posto de commando ou o centro de informações mais proximo.

Si não fôr possivel encontrar um campo auxiliar de aterragem, as ligações telephonicas, radiotelegraphicas, por pombos-correios, assegurarão a transmissão rapida das ordens e informações entre a divisão e o campo de aterragem da esquadrilha.

CAPITULO XII

ORGANIZAÇÃO DAS TRANSMISSÕES NA DEFENSIVA

96. A organização das ligações e transmissões num sector defensivo deve permittir manter as necessarias em caso de ataque e nas mais difficeis circumstancias.

Esta organização deve prever communicações satisfactorias, não sómente entre os postos habituaes de commando das diversas autoridades, como entre seus postos de observação e seus postas de commando em combate.

Ella deve estar de accordo com os planos de reforço.

Deve finalmente permittir communicações faceis entre a zona da cobertura e a posição principal de resistencia, entre o commando, a infantaria escalonada nas diversas linhas das differentes posições e a artilharia incumbida de a apoiar.

O plano das ligações e transmissões é pois intimamente subordinado ao dispositivo defensivo planejado. Faz parte do plano de defesa.

97. A rêde telephonica recebe um desenvolvimento sufficiente para assegurar todas as communicações que podem ser necessarias no momento, das operações mais activas. Seu fraccionamento em rêde de commando, rêde de tiro, circuitos reservados, é progressivamente realizado.

Na zona exposta ao tiro intenso da artilharia inimiga, os postos telephonicos são installados em locaes tão protegidos quanto possivel; se a situação se torna estavel por mais tempo as linhas são enterradas ou pelo menos collocadas em excavações especiaes ou nas escarpas das trincheiras.

Todas as providencias são tomadas para uma reparação rapida dos circuitos no caso de interrupção. Os postos de T. S. F. e de T. P. S., os postos opticos, são installados em abrigos tão protegidos quanto o permittam as circumstancias.

Os postos de commando possuem uma reserva sufficiente de artificios, e postos de pombos-correios. Os agentes de transmissão são nominaImente designados e devem conhecer os itinerarios a seguir; prevê-se a organização das cadeias de mensageiros, preparam-se os postos intermediarios, etc.

Finalmente, o bom funccionamento de todos os systemas de transmissão é verificado frequentemente por meio de exercicios.

Rio de Janeiro, 9 de junho de 1921. – João Pandia Calogeras.

 

 

CLBR Vol. 04 Ano 1921 Págs. 168-1 e 168-2 Tabelas (Annexos I e II, Pessoal telephonista dos corpos de tropa e Dotação do corpos de tropa em material telephonico).

 

 ANNEXO II

A – PESSOAL RADIO-TELEGRAPHICO DOS CORPOS DE TROPA

 

Unidades

Sargentos

Cabos

Soldados

Regimento de infantaria a tres batalhões ....................................................................

2

6

19

Batalhão isolado ..........................................................................................................

1

1

4

Regimento de cavallaria ..............................................................................................

1

1

4

Estado-Maior do grupo ou regimento de artilharia ......................................................

3

Nota – O pessoal radio-telegraphico é empregado, quando preciso, como reforço dos postos de signaleiros.

Inversamente, os signaleiros dos estados maiores de regimento e batalão dever ser exercitados no manejo dos apparelhos de T. S. F. e de T. P. S., de modo a poderem substituir, eventualmente, nos postos radio telegraphicos , os homens fóra de combate, incapazes ou ausentes.

 

B – DOTAÇÃO EM POSTOS DE T. S. F. PORTATEIS E EM POSTOS DE T. P. S.

 

 

Unidades

T. P. ».

T. P. S.

 

Posto emissor e receptor

Posto receptor

 

Divisão de infantaria ............................................................................................

1

1 (1)

3 (2)

Divisão de cavallaria ............................................................................................

1

1 (1)

 

Brigada de infantaria ............................................................................................

1 (3)

1

 

Brigada de cavallaria ...........................................................................................

1 (3)

 

 

Brigada de artilharia .............................................................................................

1 (3)

1 (3)

 

Regimento de infantaria a tres batalhões ............................................................

1

 

Batalhão isolado ..................................................................................................

1 (4)

Regimento de cavallaria ......................................................................................

1

 

 

Estado-Maior de regimento de artilharia ..............................................................

1

1

 

Estado-Maior de grupo de artilharia ....................................................................

1

 

(1) Independentemente do material em reserva na companhia (e no esquadrão) de transmissões.

(2) Um para o centro avançado de infantaria, 2 a titulo de reserva.

(3) Servido pelo pessoal radio-telegraphico da divisão.

(4) Mais 2 por grupo de batalhões desde que este seja constituido (1 em reserva).

 

ANNEXO III

DOTAÇÕES EM PESSOAL E MATERIAL DE SIGNALIZAÇÃO OPTICA

 

 

Unidades

Equipagens de signaleiros (1).

Apparelhos de signalização de 10

 

 

Observações

 

 

 

(1) Dous signaleiros.

(2) Nella comprehendidas as brigadas.

(3) Equipagens fornecidas pela companhia ou esquadrão de transmissões.

(4) mais um sargento e um cabo signaleiros

(5) Maus um cabo signaleiro

Infantaria

 

 

 

Divisão (2) ......................................................

(3)

6

 

Regimento a tres batalhões (4) ......................

2

2

 

Batalhão isolado (5) .......................................

2

2

 

Batalhão .........................................................

2 (5)

2

 

Companhia .....................................................

1

1

 

Cavallaria

 

 

 

(6) Um cabo por esquadrão e um cabo para o E. M. do regimento. Um sargento para o E. M. do regimento

Divisão (2) ......................................................

(3)

6

 

Regimento (6) ................................................

2

2

 

Esquadrão (6) ................................................

1

1

 

Artilharia

 

 

 

Estado maior de um regimento ......................

(7)

3

(7) Material empregado pelos telephonistas, exploradores e agentes de ligação.

Grupo .............................................................

(7)

6

 

Bateria ............................................................

(7)

3

 

 

 

 

 

ANNEXO IV

A – DOTAÇÃO EM PAINÉIS

 

 

Unidades

Painéis

de identificação

Painéis

de signalização

Painéis

de demarcação

 

 

Observações

Infantaria:

 

 

 

(1) Manobrados em principio pelo pessoal da companhia de transmissões.

(2) Manobrados em principio pelo pessoal do esquadrão de transmissões.

(3) Painel de identificação da unidade e painel caracteristico da cavallaria.

Divisão (1) ............................................

2

6

 

 

Brigada (1) ...........................................

1

3

 

 

Regimento ............................................

1

2

 

 

Batalhão ...............................................

1

2

 

 

Companhia ...........................................

............

............

1 para 2 homens

 

Cavallaria:

 

 

 

 

Divisão (2) ............................................

4 (3)

6

 

 

Brigada (2) ...........................................

2 (3)

3

 

 

Regimento ............................................

  2

3

 

 

Esquadrão ............................................

............

............

1 para 2 homens

 

Artilharia:

 

 

 

 

Regimento ............................................

1

3

 

 

Grupo ...................................................

1

3

 

 

 

CLBR Vol. 04 Ano 1921 Págs. 173 e 174 Tabelas (I – Paineis de identificação de infantaria e de cavallaria e II – Paineis de identificação de artilharia).

 

III – Paineis de signalização

 

Designação dos

Elementos

 

 

 

Dimensões dos paineis

 

Postos de commando de divisão, brigada, regimento, batalhão.

 

 

Paineis rectangulares de 2 m,0 por 0m,60.

 

Postos de commando de artilharia de campanha e de artilharia pesada.

 

 

Painéis rectangulares de 4 m,0 por 1m,0.

 

Postos de commando de artilharia pesada de grande alcance.

 

 

Painéis rectangulares de 9 m,0 por 3m,0.

 

 

IV – Paneis de demarcação

Paneis de encerado, brancos numa das faces, da côr neutra na outra.

Dimensões: 0m,50 por 0m,40.

 

 

ANNEXO V

I – ARTIFICIOS PARA SIGNAES

 

Foguetes

Cartuchos para Tromblon

Cartuchos para pistola de 25

Cartuchos para pistola de 35 (aviação)

 

Artificio de uma estrella

Vermelha..............................

Verde...................................

Branca ................................

Com ou sem paraquédas

 

De uma estrella.

 

 

De tres estrella.

 

 

De seis estrellas.

 

Lagarta.

Fumaça amarella.

Fumaça vermelha.

 

 

Artificio de tres estrella

Vermelhas............................     

Verdes.................................

Brancas ...............................

Sem ou sem paraquédas

 

 

Artificio de seis  estrella

Vermelhas............................

Verdes..................................

Brancas ..............................

Sem ou sem paraquédas

 

 

Artificio em fórma de lagarta

Vermelhas............................................................

Verdes..................................................................

Brancas................................................................

 

Artificio de fumaça amarella

 

Bandeira (sómente para os foguetes).

 

 

II – ARTIFICIOS  DE DEMARCAÇÃO

Bengalas brancas: duração 30 segundos.

Bengalas vermelhas: duração 30 segundos.

 

III –  DOTAÇÃO EM ENGENHOS DE PROJECÇÃO

 

Infantaria

Pistola signalizadora de 25 – 25 por batalhão e 4 para o estado-maior do regimento.

Tromblons – Dotação das companhias, mais 3 por estado-maior de batalhão, 6 por estado-maior de regimento, 4 por estado-maior de brigada.

Tubo lança-foguetes – Dotação variavel conforme a situação, em geral 2 por estado-maior de divisão, de brigada e de regimento.

 

Cavallaria

Pistolas signalizadoras de 25 – 25 para cada regimento.

Tromblons – Dotação dos esquadrões, mais 4 para o estado-maior de regimento, e 4 para o estado-maior de brigada.

Tubos lança-foguetes – Dotação variavel conforme a situação, em geral 2 por estado-maior de divisão, de brigada o do regimento.

 

 

Aviação

Pistolas signalizadoras de 35 – Em cada esquadrilha divisionaria: 1 por avião e mais 2 de reserva.

 

ANNEXO VI

SIGNAES MORSE

Alphabeto

A ● -

J ● - - -

T -

F - ● ● ●

K --

U ● ● -

B --

L ● -● ●

V ● ● ● -

C - - - -

M - -

W ● - -

CH- ● ●

N ● -

X - ● ● -

D -

O - - -

Y-- -

E ● ● -

P ● - -

Z - - ● ●

G - -

Q - --

Ç --  ● ●

H ● ● ● ●

R ● -

ão ● ● --

I ● ●

S ● ● ●

ões - - -

 

Algarismos

1● - - - -

2 ● ● - - -

3● ● ●  - -

4 ● ● ● ● -

5 ● ● ● ● ●

 

6 - ● ● ● ●

7 - - ● ● ●.

8 - - - ● ●.

9 - - - -

0 - - - - -

 

 

Signaes de serviço

Chamado...........................................................................................................................

---

Convite para transmittir.....................................................................................................

- ●●● ●● - 

Fim da transmissão...........................................................................................................  

--

Entendido..........................................................................................................................

● ● ● -

Espera...............................................................................................................................

- ● ● ●

Repetição......................................................................................................................... 

● ● - - ● ●

Separação.........................................................................................................................

- ● ● ● -

 

ANNEXO VII

(Ligação dos aviões com a terra)

 

A – CODIGOS DE SIGNAES DO T. S.  F.

 

1 – Signaes convencionaes de regulação do tiro

fogo.................................................

● ● -                  

f

á direita...........................................

- ● ●

d

á esquerda......................................

● ● ●

es

curto................................................

--

c

longo...............................................

- ● ●

l

em direcção....................................

- ● ● ● -● ●

bd

bom em alcance ...........................

- ● ● ● ● -

ba

no alvo ...........................................

-

a

mudança de objectivo.....................

- - - - -

mo

erro ................................................

● ● ● ● ● ● ● ● ● ●

 

vou aterrar....................................

● ● ● --

va

de tempo .......................................

- ● ● -

dt

 

 

2 – Signaes complementares relativos ao tiro

(Grupo de dous lgarismos)

 

01 1ª peça.

02 2ª peça.

03 3ª peça.

04 4ª peça.

05 Por peça.

06 Está prompta a bateria?

07 Atirou a bateria?

08 Não vejo os painéis.

09 Diminuí o intervallo dos tiros da salva.

11 Augmentae os intervallos dos tiros da salva.

12 Atirae pela direita.

13 Atirae pela esquerda.

14 Com quantas peças estás atirando?

15 A observação é impossivel.

16 Grupamento muito irregular em profundidade.

17 Eu não estava em condições de ver.

18 Grupamento muito irregular em direcção.

19 Atirae com granadas explosivas.

21 Não vi.

22 Cessae o fogo.

23 O resultado foi alcançado.

24 Vejo tiros amigos cahir sobre.

25 Continuae o fogo.

26 Feixe muito largo.

27 Atirae com granada de tempo.

28 Não vejo tiros cahir sobre...

29 Feixe muito estreito.

31 Tiro continuo. Eu vou deixar de observar.

32 Repeti.

 

3 – Repetição por T.S.F. dos signaes por painéis feitos pela  infantaria

(Vide quadro dos sinaes feitos pela infantaria, annexo VIII)

 

4 – Grupos de tres lettras

Lista n. 1 – Termos geraes

AA V Aqui avião de vigilancia.

APR O avião pede para regular o tiro (este signal será enviado depois de uma designação de objectivos cada vez que o observador estiver habilitado a fazer uma regulação sobre este objectivo em boas condições).

COT Gota (seguido do numero tomado na carta).

DIR  Direita em...

DRC Direccão (seguido de um nome de localidade indicando o sentido da marcha).

FRT Frente de... (seguido de um numero indicando a frente em metros);

FSB Fazei-me substituir.

KLD Cauda em...

LIV Livre.

LST  A leste de...

LON Longe de... (seguido de um numero de metros).

NAS Nada a assignalar.

NOR Ao norte de...

NVJ Não vejo o...

OCP Occupado.

OST Ao oeste de...

PRF Profundo de...

SQR Esquerda em...

SGN Signalize (empregado para Transmittir os pedidos dos P.C. de infantaria).

STA Em estação em... (parade)

SUD  Ao sul de...

TST Testa em...

VSV  Venho substituir.

 

Lista n. 2 – Informações de ordem militar

AFP  Arame farpado.

AMI Amigo.

ART Artilharia.

AVI  Avião. 

AVC Avançando.

BAC Bateria em acção.

BCA A Bateria contra avião.

BCC Bateria contra carros de assalto.

BOC Bateria occupada.

CAA Carros de assalto amigo.

CAR Carros do assalto.

GUA Cavallaria.

CAL Cavallo (em grupo).

CRO Combate á granada em...

COL Columna.

COM Comboio.

GRP Grupamento.

IAI  Indicios de ataque inimigo em...

IFC Infantaria em columna.

IFD Infantaria desenvolvida.

IFM Infantaria em massa.

INF Infantaria.

INM Inimigo. 

MTR Metralhadora.

MAR Em marcha.

NRS Nucleo de resistencia.

PAO Parado.

PTR Patrulha.

PBA  P.C. do Batalhão.

PCB  P.C. de Brigada.

PCD  P.C. de Divisão.

P.CI  P.C. infantaria (destacamento).

PRG P.C. de Regimento.

RTR  Em retirada.

TPA Tropas amigas.

TPI Tropas inimigas.

TBR Tiros de barragem.

TCO Tiro de concentração.

TEF Trem de estrada de ferro.

TRC Trincheira.

VAT Viatura.

 

__________________

Nota – 1º – As indicações transmittidas com os signaes da lista n. 2, não devem poder ser utilizadas pelo inimigo.

Todas as vezes que ellas dizem respeito a tropas amigas,  são cifradas:

– ou pela utilização das coordenadas cifradas;

– ou pela substituição dos grupos de tres lettras já vistos por grupos de quatro lettras.

2º – Para evitar enganos, quando e tratar de tropas amigas, se fará sempre preceder a informação do grupo AMI ou TPA.

Exemplo de transmissão a cifrar:

Columna de viaturas inimigas paradas em 5380

COL        VAT          INM           PAO          5380

 

5 – Designações quantitativas em metros

As distancias dos objectivos a pontos de referencia conhecidos e os valores quantitativos dos afastamentos são dados por numeros de tres algarismos.

As distancias inferiores a 100 metros são precedidas de um zero.

Quando o numero a enviar é terminado por um zero, em vez do transmittir este zero, repete-se o primeiro algarismo significativo.

Não se faz seguir ao numero de metros a lettra „m“.

 

Exemplo:

Um afastamento de 50 metros é transmittido: 055.

Um afastamento de 100 metros é transmittido: 101.

Um afastamento de 300 metros é transmittido: 303.

 

6 – Designação dos pontos do terreno

Os pontos do terreno são designados por numeros de 6 ou 4 algarismos, dando suas coordenadas em relação ás quadriculas da carta (ou do plano director).

Quando se emprega a designação por 6 algarismos: os tres primeiros dão a abcissa em hectometros; os 3 seguintes dão a ordenada em hectometros.

Quando se emprega a designação por 4 algarismos : so 2 primeiros dão a abcissa em hectometros; os 2 seguintes dão a ordenada em rectometros. Por exemplo, as coordenadas de um ponto são em hectometrso:

X igual a 334.........................................................................................................Y igual a 282

Ellas são transmittidas em T.S.F. sob a fórma : 334282 ou 3482.

O primeiro modo fixa com erro de menos de 100 metros a posição do ponto si se conhecer o quadrado de 100 kilometros de lado em que elle se acha.

O segundo fixa, com erro de menos de 100 metros, a posição, si se conhecer o quadrado de 10 kilometros. Isto é em geral sufficiente. Quando o observador não dispõe de carta quadriculada ou quando aquelle com que elle se corresponde não a possue, elle póde assignalar a posição de um ponto referindo-o a um ponto notavel da carta, sob a fórma;

(Um nome de localidade) 505 NOR – 404 OST.

O que quer dizer:

500 metros ao norte, 400 metros ao oeste da localidade.

 

7 – Modo de empregar os signaes de T.S.F.

No começo de cada vôo, o observador, uma vez chegado á  sua zona de emissão, envia por diversas vezes uma série de signaes formados pelo indicativo do posto receptor correspondente (ou seu indicativo proprio se elle é avião de infantaria) repetidos uma quinzena de vezes, para permittir a requicção dos apparelhos de recepção.

Uma vez que a audição é bôa, o posto de terra faz o signal: "entendido".  Toda communicação é precedida do indicativo repetido duas vezes. Quando muitos signaes cifrados são enviados uns em seguida aos outros, elles são separados pelo signal „separação“.

 

B – CODIGO DE SIGNAES POR ARTIFICIOS

6 fogos verdes – Onde estaes?

3 fogos verdes – Entendido

Fumaça amarella – Ameaça de contra-ataque na direcção que estou seguindo

Fumaça vermelha – O terreno, por cima do qual estou voando, parece livre

 

CLBR Vol. 04 Ano 1921 Pág. 182 Tabela (Signaes feitos pela infantaria).

 

(1) O signal e «comprehendido» (por painéis) deve ser collocado no logar depois da recepção de cada mensagem passada pela T.S.F. pelo avião de infantaria. E’ o unico meio que permitte ao observador certificar-se de que seus signaes foram percebidos.

Nota – Os signaes convencionaes feito pela T.S.F., T.P.S. ou optica devem ser repetidos varias vezes seguidamente para que se não arrisquem a ser confundidos com os indicativos.

 

CLBR Vol. 04 Ano 1921 Págs. 183 a 187 Tabelas (Signaes feitos pela artilharia e).

 

ANNEXO IX

SIGNAES FEITOS PELA INFANTARIA

(No interior dos corpos de tropa)

Além disso empregar-se-hão em combate os seguintes, que devem ser conhecidos de todos o sofficiaes e que se podem executar mesmo deitado, com bandeirolas, com o gorro, o braço, etc.

AV Avançar.

ATA Alongar o tiro da nossa artilharia (quando feito da linha de fogo para a retaguarda).

MUN Pede-se munição (quando feito da linha de fogo para a retaguarda).

ALT Segue munição (quando feito da retaguarda para a linha de fogo).

ALT Alto.

ASS Vamos dar o assalto (da linha de fogo para a retaguarda).

ASS Oas alto está imminente (da retaguarda para a linha de fogo).

Estes signaes são feitos com o alphabeto Morse, ao transmittil-os as expedidor deve certificar-se de que foram perfeitamente comprehendidos e, para isso, o recebedor deve responder sempre com os signaes – entendido – ou – não entendido.

(Vêr regulamento para os exercicios e o combate da infantaria).

Rio de Janeiro, 9 de junho de 1921. – João Pandiá Calogeras.